“Tem dias
que a gente se sente como quem partiu ou morreu” (Chico Buarque – Roda Viva)
E, muitas vezes, estamos materialmente
suficientes, temos um bom trabalho, um bom relacionamento, mas.... Mas, há um
anseio interno por algo que não conseguimos entender ou discriminar.
Apesar de, nesses momentos, emergirem
sensações que nos incomodam, há, também, intuitivamente, um impulsionar para
uma ação, uma mudança, uma transformação. Assim como deve se sentir a larva
quando está para virar uma borboleta.
Do ponto de vista do Yoga, esse anseio,
esse “longing to belong”, é um chamado de nossa alma para um despertar interno.
O mundo material já não nos satisfaz, não nos preenche e nos traz apenas
alegrias momentâneas e não a felicidade.
É hora, então, de voltar para dentro. A
sabedoria consciente leva à procura de um caminho espiritual; ignorar esses
sentimentos leva aos remédios para poder suportar a vida.
Mas o que é um caminho espiritual?
Conta uma história que, quando um discípulo fez essa pergunta a um Mestre, ele
respondeu, abrindo a mão e mostrando a distância entre o polegar e o indicador
da mão aberta e disse: esse é a distância que se tem que percorrer no caminho
espiritual e, colocando o dedo mínimo sobre o umbigo, o polegar alcançou o
coração.
O coração é o portão para nossa alma. O
caminho espiritual é aquele que o leva a sua essência interior.
Muito filosófico, mas, praticamente,
como alcançar essa essência? Começando do mais material para o mais sutil –
ampliando a sua consciência de seu corpo, depois de sua mente e, por último de
seu espírito. E comece da forma mais simples: dedicando alguns minutos de
silêncio para observação de seu próprio ser.
Um dos maiores objetivos do Yoga é lhe dar
essa consciência do próprio ser, mas a prática do silêncio, um momento em que
podemos estar em paz conosco, é muito importante para iniciar essa consciência.
Se, nesse momento, sua mente estiver agitada, nublando essa possibilidade de
encontrar esse espaço interior, concentre-se na respiração: vibre mentalmente
“Sat”, quando inspirar e “Nam, quando expirar. O mantra Sat Nam o leva a vibrar
na freqüência de sua verdade (Sat). Logo a mente se acalmará e você poderá se
dedicar ao momento de silêncio com você mesmo.
Ao acordar, depois de despertar o
corpo, use alguns momentos para essa prática. Observe-se amorosamente como um
ser único na “oficina de modelagem” de Deus. Observe-se sem culpa ou
julgamentos. Compreenda que a vida lhe foi dada para que sua alma aprenda
lições e os desacertos estão incluídos nesse caminho.
Projete seu dia com tolerância e
bondade, os mesmos sentimentos com os quais se inunda agora. Aceite o fluxo da
vida como ela é e siga adiante.
Se encontrar resultados, busque mais.
Busque uma prática meditativa diária e, dia a dia, a plenitude virá e o vazio
irá embora.
Guru Suroop
Kaur
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